segunda-feira, 24 de novembro de 2008

viver


Ao contrário do que muitas pessoas pensam, o medo mais avassalador das pessoas não tem a ver com a morte, apesar de ser uma experiência de caráter irreversível e aterrador, mas sim, o medo da vida, que nos coloca a todo momento em situações de decisão e envolvimento. Na vida, a indiferença é o sucedâneo do medo de usufruir as suas surpresas. É o medo de viver que impede as pessoas de viver sem medo. Há pessoas que vivem morrendo, ainda que não morram a todo instante. São as angústias desnecessárias. Medo de viver uma relação de amor se assemelha ao medo de perder a pessoa amada e viver a dor do vazio e das angústias do abandono. Significa, também, o temor de perder sua identidade e autonomia, como se o amor fosse uma ameaça à destruição da vida. Amor que impede a independência, não é amor, é possessão. Amor que descaracteriza a identidade, não é amor, é tirania. Amar é ter a coragem de banir esses fantasmas que tentam se travestir de monstros aterradores para dificultar o processo de viver com simplicidade e prazer.
O crescimento pessoal depende da nossa coragem de amar. É essa a coragem que cria espaços para a ampliação e o aprofundamento do sentido da vida.

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