terça-feira, 30 de outubro de 2012

As crenças

Ao alegar suas limitações, as pessoas dizem: “eu não posso fazer tal coisa porque...” E, a desculpa comum é do tipo – "é assim que eu sou". Mas, a verdade mais provável é: "é assim que eu penso que sou". Nós podemos aprender sobre nossas crenças estudando os peixes... Compre um aquário e divida-o pela metade com uma parede de vidro transparente. Depois arranje uma tainha e uma barracuda – peixe que come tainha. Ponha cada um de um lado e, no mesmo instante a barracuda vai avançar para pegar a tainha só que... bumba!... entra de cara na parede de vidro. Ela vai recuar e atacar outra vez e... bumba!... Em uma semana a barracuda vai estar com o nariz bem inchado e, percebendo que caçar tainha é sinônimo de dor, acaba desistindo. Aí, removendo a parede de vidro sabe o que acontece? Ela passará o resto da vida no seu lado do aquário; será até capaz de morrer de fome, mesmo tendo uma bela tainha nadando a poucos centímetros dela. Mas como conhece seus limites não vai ultrapassá-los. A história da barracuda é triste? Pois essa é também a história de todo ser humano. Nós não colidimos com paredes de vidro, mas colidimos com professores, pais, amigos que nos dizem o que nos convém e o que podemos fazer. Pior ainda, colidimos com nossas próprias crenças – são elas que delimitam nosso território, é isso que alegamos para não ultrapassar os limites... Ou seja, criamos nossas gaiolas de vidro e pensamos que é realidade. Na verdade é apenas aquilo em que nós acreditamos... Quase todos nós temos uma história, e nos rotulamos... “eu sou professor”, “eu sou avó”, “eu sou... Essa nossa história é como um programa de computador instalado entre nossas orelhas, que nos controla a vida... Nós o levamos ao trabalho, nas viagens de férias, nas festas... enfim passamos a vida tentando nos adaptar à história... Tentar ajustar-se a uma história torna qualquer um infeliz... Eis então a dica: você não é a sua história e ninguém dá a mínima para isso. Você não pertence a uma categoria, a um compartimento. Você é um ser humano justamente porque tem uma série de experiências. E, quando você parar de arrastar uma história por aí, você vai ser muito mais feliz”... (texto de Andrew Matthews, do livro “Siga seu coração”

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Por planejamento ou omissão

Por princípio, todas as coisas são criadas duas vezes, mas nem todas as primeiras criações acontecem por vontade consciente. Em nossa vida pessoal, se não aprimoramos a autoconsciência e nos tornamos responsáveis pelas primeiras criações, transferimos a outras pessoas o poder e as condições de determinar grande parte de nossa rotina – e por pura omissão! Assim, vivemos de modo reativo os papéis designados para nós por nossa família, companheiros de trabalho, agendas alheias e pressões das circunstâncias. São papéis que se originaram na nossa infância, no nosso treinamento e no nosso condicionamento. Eles vêm de pessoas, não de princípios; e se apóiam em nossas maiores fraquezas, em nossa profunda tendência para depender dos outros e em nossa necessidade de aceitação, amor, de sentir que somos importantes, queridos e valorizados. Quer você tenha noção disso, ou não; quer você controle isso, ou não, existe uma primeira criação em todos os setores de sua vida. Você é a segunda criação do seu planejamento, ou então a segunda criação das receitas dos outros, ou das circunstâncias, ou dos hábitos passados. Os dons exclusivamente humanos – como a autoconsciência, a imaginação e a consciência, é que permitem a você observar suas primeiras criações, e possibilitam a você assumir o controle de sua própria criação mental, escrevendo o seu próprio papel. (texto de Stephen R. Covey no livro "Os 7 hábitos das pessoas altamente eficazes")

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Mor aos pedaços.

O grande desafio que enfrentamos na correria do dia-a-dia diz respeito à capacidade de administrar os estados de espírito com que atravessamos nossas rotinas diárias e desfrutamos as experiências simples que compõem a teia do que chamamos vida. Aprendi que a vida não consiste em poucos grandes momentos, mas sim em milhares de pequenos momentos aos quais emprestamos significado. Casamos uma vez, e devemos viver casados para sempre. Nos graduamos academicamente algumas vezes, mas devemos exercer trabalho. Olhamos o vidro do berçário umas poucas vezes em busca dos nossos recém-nascidos, mas devemos contemplar suas faces cheias de expectativas todas as manhãs e jamais deixar que se deitem sem o nosso afago (e quando eles saem do ninho, que falta sentimos). Enfim, é mesmo verdade que a felicidade não depende tanto, por exemplo, dos dias como do romance que se aprofunda, do trabalho que se realiza e da vida em família num ambiente de afeto e possibilidades. É justamente nesta teia de atividades rotineiras que somos desafiados a experimentar a felicidade. No contexto destes milhares de pequenos momentos é que somos desafiados a cultivar um estado de espírito satisfatório, próprio de quem aprende a saborear o amor aos pedaços. (texto extraído do livro “Vivendo com propósitos”, de Ed René Kivitz)

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Superar o medo e administrar o risco

Superar o medo e administrar o risco “Houve momentos em que pensei que poderíamos falhar. Houve momentos em que até pensei que deveríamos falhar. Mas, por alguma razão, nunca pensei que falharíamos.” (Phil Knight, Nike) O maior medo a confrontar os inovadores não é o medo de errar, mas o de não tentar ou, ainda, ser suplantado por outrem. O mundo está repleto de idéias. E a grande maioria das pessoas vai levá-las consigo após o suspiro final devido à incapacidade de torná-las tangíveis, colocando-as em prática. Temos o hábito de ficar esperando pelo mundo perfeito. Queremos controlar o ambiente e as circunstâncias, adotamos a hesitação como parceira e vemos o tempo escorrer pelas mãos e a frustração nos visitar. O ótimo é inimigo do bom. Por isso, aja! Esteja preparado para errar e acostume-se com o erro. Corra riscos. Se você não o fizer, alguém o fará em seu lugar. Se você tiver medo de falhar, você vai falhar. É como um velho lema dos lutadores de artes marciais: se você teme perder, já está vencido. Encare o risco, o perigo e o fracasso como adrenalina que acelera o pulso, dilata as pupilas, impulsiona as sinapses proporcionando-lhe uma explosão de prazer por fazer diferente no intuito de fazer a diferença. Como dizem na Intel Capital: “Ser o primeiro entre os piores é melhor do que ser o segundo entre os melhores”. Arrisque. (Artigo do consultor Tom Coelho)

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Nem

Eu acho que vou começar te deixando por dentro caso você ainda não saiba Eu nunca vou esquecer a maneira com você acordou e saiu Na verdade foi de uma categoria bem baixa Não há maneira de eu querer você sabe que eu não irei Aceitar você de volta, então nem tente Você pode implorar - você pode argumentar Você pode suar - você pode sangrar É muito ruim que eu ligaria se você chorasse É isso! (É tudo) Nós nos divertimos! (Nós tivemos a bola!) Foi bom enquanto durou mas agora já passou (Foi com certeza!) Foi doce! Certamente me tirou do chão Eu sinto falta da você agora e antes Mas eu faria tudo novamente? Nem! Você não me encontrará Nu e com frio sentado na mesa do doutor Esperando ser avisado do porquê de eu não ser mais capaz De sentir meu coração batendo - me dê uma boa razão do porquê! Eu meio que fiquei doido quando há tempos você disse Que estava indo embora, e disse que me ligaria Já faz tanto tempo, e não há nada de errado com a linha É muito tarde para se arrepender foi você quem disse Que era melhor ficarmos separados mas não me chateie vindo atrás Pois eu não irei mudar meu coração Por que eu não vou mudar meu coração Bem, eu espero que tenha aprendido uma lição porque você não sente saudades minhas nunca mais irá bagunçar minha cabeça do jeito que você fez Aquilo nunca ia dar certo, você era um belo de um idiota Estou finalmente cheia disso

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Afinidade

Afinidade é um dos poucos sentimentos que resistem ao tempo e ao depois. A afinidade não é o mais brilhante, mas o mais sutil, delicado e penetrante dos sentimentos. É o mais independente. Não importa o tempo, a ausência, os adiamentos, as distâncias, as impossibilidades; quando há afinidade, qualquer reencontro retoma a relação, o diálogo, a conversa, o afeto no exato ponto em que foi interrompido. Afinidade é não haver tempo mediando a vida. É uma vitória do adivinhado sobre o real. Do subjetivo para o objetivo. Do permanente para o passageiro. Do básico para o superficial. Ter afinidade é muito raro. Mas quando existe não precisa de códigos verbais para se manifestar. Existia antes do conhecimento, irradia durante e permanece depois que as pessoas deixaram de estar juntas. O que você tem dificuldade de expressar a um não afim, sai simples e claro diante de alguém com quem você tem afinidade. Afinidade é ficar longe pensando parecido a respeito dos mesmos fatos que impressionam, comovem ou mobilizam. É ficar conversando sem trocar palavras. É receber o que vem do outro com aceitação anterior ao entendimento. Afinidade é sentir com. Nem sentir contra, nem sentir para, nem sentir por, nem sentir pelo. Quanta gente ama loucamente, mas sente contra o ser amado. Quantos amam e sentem para o ser amado, não para eles próprios. Sentir com é não ter necessidade de explicar o que está sentindo. É olhar e perceber. É mais calar do que falar, ou, quando é falar, jamais explicar: apenas afirmar. Afinidade é jamais sentir por. Quem sente por, confunde afinidade com masoquismo. Mas quem sente com, avalia sem se contaminar. Compreende sem ocupar o lugar do outro. Aceita para poder questionar. Quem não tem afinidade, questiona por não aceitar. Afinidade é ter perdas semelhantes e iguais esperanças. É conversar no silêncio, tanto nas possibilidades exercidas quanto das impossibilidades vividas. Afinidade é retomar a relação do ponto em que parou sem lamentar o tempo de separação. Porque tempo e separação nunca existiram. Foram apenas oportunidades dadas (tiradas) pela vida, para que a maturação comum pudesse se dar. E para que cada pessoa pudesse e possa ser cada vez mais a expressão do outro sob a forma ampliada do eu individual aprimorado. (texto atribuído a Arthur da Távola)